Conheça a relação entre RH e dados e veja como essa combinação pode potencializar a humanização dessa área na sua organização
Os números estão invadindo a área de recursos humanos, isso pode causar um certo desconforto e até uma insegurança em algumas pessoas. Entretanto, existe um potencial enorme de fomento da humanização e potencialização das ações do RH a partir dos dados.
Uma visão mais analítica sobre pessoas traz para a gestão de pessoas assertividade em suas ações, posicionamento estratégico e uma personalização de suas entregas que só é possível com o uso de dados e tecnologia.
Neste artigo vamos te mostrar como tudo isso é possível e porquê você não deve temer o uso de dados no RH, mas sim saber como utilizá-los para tornar a gestão de pessoas mais poderosa e respeitada em sua organização.
Coloque os dados a favor do RH
Os dados conseguem convencer as lideranças da empresa, então são essenciais para uma área se fazer entendida e conseguir conquistar espaço de fala e de atuação em uma organização. Isso já é mostrado por áreas como o Marketing e as Finanças há muito tempo.
Segundo Anthony Walter, HR Business Partner na Tanium, em seu artigo no LinkedIn, o RH está sendo impulsionado constantemente para alcançar o potencial de análise dessas áreas.
“Os fatos são reis. A intuição ou “decisões instintivas” devem ser o último recurso. Um último recurso em que o RH confiou por muito tempo”, ele explica.
Hoje é possível que o RH avance e muito em seu potencial analítico, conseguindo expor de maneira embasada os fatos que impactam as pessoas de sua instituição. Isso gera confiança para seu discurso e atrai recursos para o investimento.
Segundo Carol Anderson, fundadora da Rework, o segredo é ir fundo e analisar o que faz uma organização funcionar e nesse processo “tudo se resume a pessoas e relacionamentos.” Tecnologia e dados são apenas ferramentas.
Ela ainda diz que a gestão de talento deve ser uma mistura de ciência e arte, já que ciência e tecnologia sozinhas não fazem as coisas acontecerem em uma empresa. Essa arte descrita por Anderson é:
— Usar a ciência para criar diálogo, construir relacionamentos e transformar o comportamento humano para gerar um progresso constante em direção ao sucesso empresarial.
E essa ferramenta da ciência usada como arte deve ter como ponto central o dado, é importante identificar um “porquê” e fazer com que todos o enxerguem.
Use os dados a favor das pessoas
Hoje, para uma empresa se manter atraente para o colaborador, o RH deve abraçar tecnologias digitais para reinventar o local de trabalho e criar uma experiência para o colaborador que se inspire na melhor experiência do cliente, uma experiência que seja centrada em pessoas e personalizada.
Esse é um dos principais papéis dos dados e da tecnologia no RH, que oferecem um processamento de dados em níveis específicos capaz de viabilizar a compreensão dos comportamentos de cada indivíduo de uma instituição. Isso personaliza análise e planos de ação.
E é justamente essa capacidade de chegar em um nível tão individual que torna o RH mais humano, já que passa a enxergar e entender as necessidades de cada colaborador. Sem os dados a gestão de pessoas acaba ficando refém da generalização.
Só se pode generalizar os resultados de uma pesquisa além do grupo original se as variáveis forem idênticas. Ainda segundo Anderson, “Com pessoas envolvidas, as variáveis raramente são idênticas.”
Em um artigo em seu LinkedIn, Josh Besrin afirma que os dados são amigos e explica, “Os dados podem nos mostrar quando as equipes podem falhar, como diferentes equipes operam de maneiras diferentes e como você pode entender por que as pessoas podem se sentir excluídas ou não se encaixam em sua cultura.”
Ou seja, os dados agregam ao RH credibilidade e autoridade. Atributos que, por sua vez, garantem que as descobertas dos números sobre a força de trabalho melhorem a vida das pessoas, que é um dos principais objetivos da área.
Um bom exemplo disso é do Google, lá eles conseguem saber exatamente o que é e o que faz um bom gerente. Ao invés de dispensar as pessoas que não possuem essas características, eles treinam seus colaboradores.
Segundo o artigo de Walter, essa atitude acarretou em uma melhoria estatisticamente significativa na qualidade do gerente para 75% de seus gerentes de pior desempenho.
“Ao tratar esses funcionários com respeito e usar dados para fundamentar suas ações, o Google criou uma boa vontade e lealdade inestimáveis [em seus funcionários].”
Walter completa, “Seus dados não estão apenas guardados em uma prateleira em algum lugar – eles estão sendo usados para elevar o bem-estar e o desempenho dos funcionários, e essa é a coisa certa a se fazer.”
O mesmo artigo elenca a capacidade dos dados no RH:
- ajudar um talento de alto desempenho a ser reconhecido;
- preparar colaboradores para a próxima promoção;
- aumentar a diversidade;
- reduzir a discriminação no local de trabalho;
- identificar alguém que está em risco de sair;
- prescrever possíveis ações para melhorar a atuação da gestão de pessoas e para a resolução de diferentes problemas.
Personalização e segmentação de ações através dos dados
Você já parou para refletir o quanto sua empresa é capaz de segmentar suas ações hoje? E o quanto isso é importante? Com o avanço cada vez mais acelerado das tecnologias, o intervalo para o surgimento de novas gerações está se encurtando.
Novas gerações sempre surgem com demandas diferentes, isso afeta diretamente o trabalho do RH.
Por exemplo, segundo a Forbes até o ano passado 40% da força de trabalho total já seria representada pelos millennials. Geração que se tornaria a maior faixa etária a surgir desde a geração baby-boom. Nos próximos dez anos 75% das vagas de trabalho serão da geração do milênio.
E o que isso muda na gestão de pessoas? Segundo um relatório da PwC, os millennials querem flexibilidade e mobilidade, feedback contínuo sobre seu desempenho e acesso fácil a cursos online abertos massivos.
A pesquisa ainda destaca outras características dos trabalhadores da geração Y:
- Quase 60% procurarão deliberadamente funcionários cujo comportamento de responsabilidade corporativa reflita o seu próprio;
- 72% fizeram concessões para entrar em uma empresa;
- 52% disseram que as boas oportunidades de progressão na carreira tornam o empregador atraente;
- 66% sentem que precisam ganhar experiência internacional para promover suas carreiras;
- Menos de um terço dos millennials espera trabalhar em horário comercial normal.
E um dado adicional muito relevante de uma pesquisa da DMR: Os millennials são propensos a mudar de emprego se o empregador tiver tecnologia abaixo do padrão
O surgimento de uma nova geração de trabalhadores apresenta novos desafios que colocam grande responsabilidade sobre os ombros do RH. Além disso, a mesma equipe de gestão de pessoas passa a ter que atender necessidades de diferentes gerações.
Por exemplo, agora existem baby-boomers, millenials e logo teremos a geração Z dentro das empresas e não tão distante disso está a Alpha. Como gerir tantas pessoas tão diversas em suas visões de mundo?
Os dados entregam essa possibilidade para o RH. Afinal, como já dito, dados possibilitam processamento de dados em níveis específicos viabilizando a compreensão dos comportamentos individuais.
Um novo modelo de RH para um novo modelo de mundo
Em uma entrevista para o portal HR Technologist, Tammy Cohen, fundadora da InfoMart, lembra que pode levar um tempo para universidades, empresas e o próprio mercado acompanharem o estado atual da tecnologia.
Entretanto, os computadores foram inventados na década de 1950 e demoraram para chegar ao mercado convencional. E Cohen acrescenta:
— A adoção e adaptação de tecnologias tendem a acelerar […] Já temos assistentes pessoais em nossos telefones e residências que tocam música, marcam e marcam nossos compromissos e ligam ou mandam recados. Carros autônomos já estão em obras.
Com esse exemplo a fundadora da InfoMart quer dizer que não vai demorar para que a inteligência artificial penetre cada vez mais ambientes e negócios se tornando peça chave em nossas rotinas. Com a questão dos dados e tecnologia do RH é a mesma coisa, inclusive em relação à IA.
Tudo isso são ferramentas que colaboram para o RH se tornar cada vez mais eficiente e melhor em seu trabalho. E empresas que não se adaptarem a essa nova realidade vão ficar para trás.
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*Crédito da Imagem destacada: Freepik
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